Um grupo de parentes de vítimas da tragédia na boate Kiss se reunirá com representantes do Ministério Público às 11h desta sexta-feira.
Segundo Flávio da Silva, do Movimento Santa Maria do Luto à Luta, a ideia é saber como os promotores agirão em relação ao inquérito policial que indiciou 18 pessoas em julho deste ano por crimes de falsidade ideológica, falso testemunho, fraude processual, prevaricação e crimes contra a administração do Meio Ambiente.
Um dos promotores que tratam do caso, Maurício Trevisan, reafirmou o que o colega Joel Dutra já havia adiantado tempos atrás: mais pessoas serão denunciadas.
_ Todas as pessoas que realizaram a consulta popular, feita para a abertura da boate, e as que assinaram o documento e não moravam no entorno da boate cometeram crime de falsidade ideológica e serão denunciadas _ disse Trevisan.
A consulta é um documento que recolheu assinaturas de vizinhos da casa noturna dizendo que concordam com a abertura. No caso da Kiss, a consulta foi fraudada, segundo a Polícia Civil, já que apenas 21 das 60 pessoas que foram favoráveis à abertura da boate moravam no raio de 100 metros do prédio, o que é exigido pela lei. Foram indiciados por falsidade ideológica por fraudar a consulta os antigos donos da Kiss, Alexandre Silva da Costa e Tiago Flores Mutti, além do pai de Tiago, Santiago Mugica Mutti, que teria ajudado no recolhimento das assinaturas.
A inserção de declaração falsa no documento caracteriza falsidade ideológica. Para o MP, da mesma forma, as pessoas que assinaram o papel cujo cabeçalho explicava do que se tratava o documento incorreram no crime.
Ainda conforme Trevisan, a denúncia não foi finalizada. Isso deve ocorrer nos próximos dias.